“Você vai fazer o gol do título, garoto.” Foram essas as palavras que Fernando Diniz, técnico da equipe do Fluminense, falou para John Kennedy, garoto de apenas 21 anos de idade, antes do jovem entrar em campo no segundo tempo e marcar o gol do título da Libertadores para o Tricolor das Laranjeiras, na vitória por 2 x 1 sobre o Boca Juniors, no Maracanã.
Foto: Lucas Figueiredo/Getty Images
Primeiro tempo: com muita festa, Fluminense abre o placar no Maracanã
O início do jogo foi bastante equilibrado, com ambas as equipes se estudando na cancha. E isso perdurou até os 35′ da etapa inicial, quando Keno, camisa 11 do Fluzão, avançou pela direita e só rolou para ele, o artilheiro da Copa Libertadores com 12 gols, argentino inclusive, Germán Cano abrir o placar.
Antes do intervalo quem fazia a festa era a torcida local, do Fluminense, que desde antes do apito inicial não parava de cantar. A do Boca, que “invadiu” o Brasil desde o início da semana, estava mais acuada.
Segundo tempo: Xeneizes festejam com gol de Advíncula
No segundo tempo a túnica do jogo mudou, afinal, quem estava necessitando do resultado era o Boca Juniors. Que se ganhasse o título, empataria nas conquistas da Glória Eterna com o Independiente (7), também argentino. E foi aí que, aos 26′ da etapa complementar, Advíncula, lateral da seleção peruana, chutou de fora da área livre de marcação para empatar o jogo.
Predestinado Jhon Kennedy marca na prorrogação
Era notório o nervosismo no rosto de brasileiros e argentinos, à medida que o fim do confronto ia se aproximando. Quase no final da partida, Diogo Barbosa, lateral do Flu, carregou pela ala direita e bateu forte, a bola caprichosamente passou rente a trave do goleiro Silvio Romero. E então, o juiz colocou ponto final nos 90 minutos e Flu x Boca foi prorrogação.
Logo no começo Fernando Diniz chamou ele, John Kennedy, falando o seguinte: “você vai fazer o gol do título. O jogo é teu, garoto”. Isso deu muita moral para o cria de Xerém, base do Flu, que aos oito minutos, chutou forte sem chances para Romero fazer a defesa.
“Estou muito feliz. É o gol mais importante da minha vida até o momento (risos). Gol de título… Esperei isso muito tempo, hoje veio, graças a Deus. Vim aqui na minha família e fui expulso, mas nada tira nosso dia hoje, hoje era nós e pronto” afirmou
Foto: André Durão/ge
Vira que vira o Fluminense, mas Kennedy recebeu o cartão vermelho logo após comemorar com o torcedor.
Vitória, Fluminense!
O segundo tempo da prorrogação foi só administrar, afinal, o clube carioca estava com uma mão na taça. O Boca Juniors ainda chegava com perigo, mas a zaga do Fluminense estava sólida. Com o tempo de 15′ minutos esgotado e o árbitro levando o jogo por mais dois minutos além dos acréscimos, a torcida ficava apreensiva. Mas no fim, o Fluminense conquistou a América pela primeira vez na história.
Com o título, além de espantar o fantasma de 2008, quando perdeu a Libertadores para a LDU, do Equador, o Fluminense entrou para o seleto grupo de campeões da Glória Eterna: com São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Santos, Flamengo, Vasco, Internacional, Grêmio, Atlético Mineiro e Cruzeiro.