Ela está de volta. Entre idas e vindas para competições, Verônica Hipólito voltou às Paralímpiadas com grande estilo. Dessa vez, com a conquista da medalha de bronze nos 100m da classe T36 (paralisados cerebrais) em Paris nesta quarta-feira. Nos 100m T53, Ariosvaldo Fernandes, o Parré, também levou o bronze, a primeira medalha do Brasil em corridas em cadeira de rodas.
Foto: Douglas Magno/CPB
A velocista fez sua melhor marca na temporada, 14s24, ficando atrás apenas da chinesa Yiting Shi, que faturou o ouro com direito a recorde paralímpico, com 13s39, e da neozelandesa Danielle Aitchison, prata com 13s43.
Verônica sofreu um acidente vascular cerebral aos 14 anos e teve os movimentos do lado direito do corpo impactados. Em 2015 e 2017, passou por cirurgias para retirada de mais de 200 pólipos no intestino grosso e em 2018 retirou mais um tumor cerebral. Às vésperas dos Jogos de Paris, chegou a ser internada com uma hemorragia.
Eu tento não falar isso pra não parecer: “ai, coitadinha dela”. Mas foi o que aconteceu, é minha história. Foram mais de 200 tumores, cirurgia no intestino grosso, três cirurgias na cabeça. Tomar corticóide diariamente, reaprender com o meu corpo, radioterapia, radiocirurgia, mas a gente tá aqui. Mudança de classe, entendendo ainda o novo corpo, entendendo tudo que tá acontecendo – listou Verônica.
Parré também é bronze
Nos 100m T53, para atletas em cadeira de rodas, Ariosvaldo Fernandes, o Parré, conquistou medalha de bronze ao cruzar a linha de chegada em 15s08, atrás do saudita Adbulrahman Alqurashi (14s48) e do tailandês Pongsakorn Payeo (14s66).
Foto: Stephanie Lecocq/REUTERS
É a primeira medalha em Paralimpíadas do veterano de 47 anos, que já tinha no currículo uma prata nos 100m no Campeonato Mundial de 2024, em Kobe, no Japão e o bronze no Mundial Paris 2023.
“O mais importante é que eu tenho ídolos como amigos, e um deles tá do meu lado. Eu espero que o meu maior legado não sejam as minhas medalhas. E quem ensinou isso foi Ariosvaldo Parré Cabeção” disse a velocista.